Postos Baratos Manaus

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dados de preços de gasolina em Manaus

Para fazer denúncias de cartel, acesse:

http://portal.mj.gov.br/sde/data/Pages/MJ6E565019PTBRNN.htm


A seguir fatos registrados nas últimas semanas.

No início de março a Agência Nacional de Petróleo esteve em Manaus, tão logo ela chegou, os preços de gasolina, que estavam sistematicamente próximos, estranhamente mudaram para um padrão que seria considerado normal em outras cidades, ou seja, alguns postos com preços mais altos, outros mais baixos, etc, como mostra a última coleta de dados da anp antes que o suposto cartel voltasse a aparecer:




Note que nesse momento (na semana entre 14/03/2010 a 20/03/2010) os preços para o consumidor variavam entre R$2,29 e R$2,83, com uma média de R$2,424.

A coleta da semana seguinte (de 21/03/2010 a 27/03/2010) já mostra preços bem diferentes:



Esta mudança foi súbita, o que inclusive rendeu destaque na matéria de capa do jornal Diário do Amazonas em 20/03/2010.



Na matéria, segundo o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis, Luiz Felipe Moura, o aumento foi "influenciado pelo aumento do valor do álcool", que compõe 20% da gasolina tipo C (usada nos carros). Mas a média de compra* do combustível pelos postos nessa semana foi de R$2,224 enquanto na semana anterior foi de R$2,232. Ou seja, enquanto o presidente do sindicato alega que houve aumento para os postos que foram obrigados a repassar o aumento para o consumidor, na verdade os dados mostram que houve uma REDUÇÃO na média dos preços de compra dos postos. Como isso é possível?


Algum tempo depois finalmente aparece o tal aumento no preço de compra de gasolina para os postos, que os donos sentiram e foram obrigados a repassar antes mesmo de acontecer. A seguir os últimos dados coletados até o momento de publicação deste post, da semana que compreende entre 11/04/2010 e 17/04/2010:
Calculando o preço de compra chegamos ao valor de R$2,270, ou seja, um aumento de 4 centavos que representa 2,06%. Como isso pode ser justificativa para aumentar o preço ao consumidor em 19%?
Agora que o argumento do sr. Luiz Felipe Moura, presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis já foi devidamente derrubado, vamos a uma última análise: a da distância entre os preços.

Nesta última coleta, dos 73 postos haviam somente 5 postos com preços abaixo de R$2,69, dos quais os 3 com menor valor são todos exclusivos para táxis. Nos demais, somente um deles não estava entre entre R$2,69 e R$2,73 (e estava acima desse "padrão" - R$2,75) ou seja, excluindo-se os postos de cooperativas de táxis, 95,7% dos postos possuiam praticamente o mesmo preço, que variou em apenas R$0,04 deixando todos os consumidores da cidade de Manaus sem alternativa para compra de combustível.

Finalmente, fica a dúvida: Por que a média do preço (agora R$2,696) da gasolina ao consumidor está tão próxima ao preço mais alto (R$2,750), - uma diferença de 5 centavos, enquanto anteriormente, ou seja, na época em que a ANP esteve em Manaus, essa diferença era superior a 40 centavos.
Enquanto o preço que os postos pagam pelo combustível aumentou somente 4 centavos, os consumidores sofrem a não ter opção ao abastecer com um aumento de praticamente 30 centavos. Se isto não for cartel, o que pode ser?


*Note que a média do preço de compra de gasolina para os postos não é informada nos dados apresentados pelo site da anp, mas pode facilmente ser calculada a partir dos preços individuais de compra de cada posto.